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Enquanto os Cavaliers buscavam ampliar seu recorde em casa para 10-0 e melhorar o início histórico da franquia para impressionantes 17-1, uma voz solitária se destacou das arquibancadas e pôde ser ouvida em todo o setor inferior do Rocket Mortgage Fieldhouse.
“M-V-P! M-V-P!” gritava o único fã. Na quadra, Donovan Mitchell notou. No entanto, não era direcionado ao astro de cinco vezes All-Star, mas a um colega que estava cobrando lances livres.
Mais tarde, Ty Jerome queria provas de que aquilo realmente aconteceu.
“Você gravou em vídeo?” perguntou o reserva. O início inesperado de Cleveland resultou em uma estrela em ascensão inesperada.
Depois de ter perdido quase toda a última temporada devido a uma grave lesão no tornozelo que necessitou de cirurgia, Jerome não apenas se tornou uma peça valiosa para o treinador novato dos Cavs, Kenny Atkinson, mas é emblemático do sucesso inicial da equipe.
Isso não era esperado — nem pelos Cavs e certamente não por Jerome.
Começo fenomenal
“Ele está numa zona incrível”, disse Atkinson sobre Jerome, de 27 anos, já na sua quarta equipe na NBA. “É fenomenal.”
Embora tenha começado bem na temporada, Jerome levou seu jogo a outro nível na última semana.
Uma noite após os Cavs perderem em Boston, após 15 vitórias consecutivas, Jerome acertou sete bolas de três — duas em momentos de alta confiança, no estilo Steph Curry, logo após o logo central — no primeiro tempo e terminou com um recorde de carreira de 29 pontos em uma vitória sobre New Orleans.
No dia seguinte, ele igualou Mitchell, seu amigo de longa data e companheiro de infância em Nova York, com 26 pontos e seis assistências, enquanto os Cavs derrotaram Toronto.
Essa performance provocou o grito de MVP do fã que antes reservava essa homenagem ao popular reserva dos Cavs, Cedi Osman.
Jerome tem sido um maravilha desde o início do treinamento, quando causou uma primeira impressão em Atkinson que apenas se fortaleceu.
Contribuição ao time não surpreende
“Desde o momento em que ele entrou no nosso ginásio”, disse Atkinson quando perguntado sobre quanto tempo ele soube que Jerome seria um grande contribuinte nesta temporada. “Ele tem sido fenomenal todos os dias. Quero dizer, (o gerente geral) Koby (Altman) brinca sobre quem foi o MVP de agosto, setembro, outubro. Todos estamos esperando, não esperando, mas quando isso vai começar a cair?”
“Certo, é um treinamento livre. Certo, é o campo de treinamento. Certo, os primeiros cinco jogos. Ele continua indo e é um verdadeiro crédito a ele. Ele está em um estado de graça agora. É bonito de ver.”
O mesmo pode ser dito sobre os Cavs, cuja explosão inicial sob Atkinson é uma das melhores histórias da liga. O técnico de 57 anos, Atkinson, um apaixonado e comunicativo amante do basquete de Long Island, transformou Cleveland em uma potência ofensiva.
Os Cavs lideram a liga em praticamente todas as categorias estatísticas — pontos, porcentagem de arremessos, porcentagem de três pontos, diferencial de pontos e classificação ofensiva. É um sistema baseado em ritmo, movimentação de bola e fundamentos, e é difícil de defender.
“Um ambiente caótico com princípios padrão”, declarou Atkinson.
Técnico valoriza o time
Atkinson está extraindo o melhor do núcleo de quatro jogadores de Cleveland — Mitchell, Darius Garland, Evan Mobley e Jarrett Allen — ao mesmo tempo que desenvolve seu banco de reservas, algo que seu antecessor, J.B. Bickerstaff, teve dificuldades para fazer.
Jerome, que jogou na equipe campeã nacional da Virgínia em 2019, oferece a Atkinson um jogador versátil, capaz de atuar em ambas as extremidades da quadra. Ele tem saído do banco para fornecer pontos ou uma assistência chave, e Atkinson o utiliza defensivamente para incomodar os armadores adversários.
“É difícil tirá-lo do jogo”, disse Atkinson. “Ele está em todas as conversas o tempo todo. ‘Precisamos do Ty lá?’ Ele está jogando fenomenalmente.”
Mitchell não está surpreso. Ele conhece Jerome há muito tempo, jogando com ele em uma equipe juvenil do Riverside (N.Y.) Hawks treinada pelo pai de Jerome.
“O pai dele costumava nos xingar quando tínhamos 8 anos”, disse Mitchell com um sorriso. “Eu digo a todos que não gosto de reforços positivos. Acredito que seja apenas PTSD (transtorno de estresse pós-traumático) dos meus dias no AAU com o pai dele. Ser chamado à atenção às 9 da manhã definitivamente é algo que você não esquece.”
Retorno especial
Mitchell também acha engraçado que o retorno de Jerome esteja recebendo tanta atenção.
“Vocês falam como se ele tivesse morrido e voltado à vida”, disse Mitchell. “Para ele voltar, não apenas ser um jogador sólido, mas ser dominante, ser um jogador especial para nós, isso meio que nos dá vida. Ele fez tanto por nós todas as noites, e não tenho dúvida de que continuará assim.”
Os Cavs provavelmente voltarão à média em algum momento.
Mas uma temporada que começou com eles sendo considerados candidatos se transformou em algo mais.
“17-1,” disse Atkinson no domingo, ao ser lembrado do recorde de sua equipe. “É como, uau. Estou nesta liga há 17 anos e isso simplesmente não acontece. Você deveria ter seis, sete derrotas. Você poderia estar 50% nesse ponto. Mesmo em um jogo como o de hoje, você perde esses jogos.
“Não estamos exatamente em nosso melhor desempenho e ainda assim conseguimos uma vitória. É bastante chocante onde estamos, e isso não é para menosprezar ninguém. É mais sobre como é difícil fazer isso nesta liga.”
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